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Belém, Parauapebas, Pará, Brazil
Uma vida poética.

domingo, 12 de junho de 2011

Costumo
fingir
que
durmo
para
acordar
e
te
ver.

Jurema Ribeiro

POEMA

Se tu nasceres agora
serás poema
Dissertarás sobre a imensidão do tudo
nada poderá possuír-te

Tu queres?
Então nasce

Vem sentir o perfume do meu corpo
meu hálito de vodka
minhas mãos movendo-se
como as ondas de um maremoto

Vem
chega até aqui!

Te percebo até sem ver-te
basta-me sentir o teu olfato
teu tato consolida o meu acrobático tempo

Que venhas ter agora
produzir tua poesia
vociferar teu grito

Venhas!

Estou aqui à espreita deste sussurro
que escorre como um dilacerante cortejo
indo contra os torpedos
qu'inda querem troar

Vem, chega-te mais!

Quero agudar meu desejo de não possuir-te mais
possí-me, estou aqui!

Venhas
chega-te aqui, poema!

Minha voz não se altera
nem voz tenho agora

Minhas mãos te acolhem
como a flor, o orvalho
como o Bolero, meu corpo
como...

Atormentes minhas mãos, venhas!
Movimentes meu ser, tenhas!

Sou toda ametista, contenhas-me

Que bom, estás aqui!

Caminhos vagueados
mas o sol virá, e tu, também

Sejas benvinda, dizes a mim
Então,  venhas!

Jurema Ribeiro