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Belém, Parauapebas, Pará, Brazil
Uma vida poética.

sábado, 20 de agosto de 2011

TAPETE (MÁGICO) COLISEU DE TOUROS



Ab serenu estava
disposto em ângulo exato
combinando a extensão
que pronuncia o rastro
de sus mobilidade
vista de todos os pontos
quando nos abdicamos
da visão estagnada

Ab initio parecia
chamar-nos ao aconchego
de seus fios em desalíneo
convidando-nos a aquecer
o ambiente em energia
fruto, todo vitamina
das gargalhadas surgia

Ab hoc et ab hac conduzia
um a um para sua companhia
acolhendo corpo a corpo
em sua estufa-alegria

Ab aeterno atraia
aquela sensação
de que nos conhecia
e que, há muito já havia
programado nossa ida
àquele lugar discreto
onde sua exuberância é ativa

Ab ovo conduzia
toda força atrativa
dum poder que enfeitiça
todo aquele que mira
sua partícula alfa
que nos faz dimensionar
a cada golpe de olhar

Ab imo pectore partia
toda nossa emoção
que assim se produzia
pela troca deslumbrante
entre nós e a tecelagem

Ab absurdo expelia
na noite toda sua habilidade
em concentrar a vigília
no templo que o configura
como o próprio altar-mor

Ab loucado ficou
quando o deixamos só
pois a presença é-lhe estímulo
como condição do culto
que culmina no conduto
de contatos imediatos

Ab irato nos recebia
quando retornávamos da orgia
para delirarmos em sua inocência
e sermos um par de corpos
em plena efervecência
sobre o altar sem flor
conduzir o amor
que foi a palavra forte do dia
quando vibrantes
suávamos tanto
e gotas tocavam o manto
que sem sede
e irado
investia contr'um corpo
que então, não percebia
havia contrariado
aquele gesto formal
do pedido de licença

Ab intestato
ele então, nos cobria
e em sono profundo
um corpo não sentia
que aquele mágico tapete
lhe havia açoitado
em pleno acmérico momento-delírio
quando profanamos um belo quadrado mágico
que foi sendo transformado
num coliseu de touros
quando rolando, trocávamos amor
sobre o tapete sedutor
fonte do ab calore.

Jurema Ribeiro

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aaaaaaaaaaa!




Alegrai-vos indóceis normais
É chegada a hora
de convocar meu absurdo
Lhes fartarei de meu sorriso
Lhes mostrarei meu submundo
Meu crime passional
quando fico ativando
meu fantasma normal

Ouçam, eles se aproximam
Nos pés trazem o galope
de noturnos lindos dias

Voam subterrâneos da terra
Mergulham longas flores
E depositam suas cabeças
Sobre grande caixa aberta
Tão sutilmente chamada de corpo

Festejai, sou grande festa!

Convocai seus sacerdotes
Despojai vossas cobertas
Mas não digais em conversa
Que vossa loucura é confessa
Pois as pistas levarão
Os normais a descoberta
Não do fato diferente
Mas do fato indiferente:
A loucura dos normais

Aaaaaaaaaaa!

Jurema Ribeiro

quarta-feira, 13 de julho de 2011

SEM SOMBRA DE DÚVIDA



Chega pra !

(não repares, é a minha sombra)

É tão inoportuna quanto eu sozinha

Tento investir na instabilidade do eu

e ela ali, permanece


Cara, procura a tua!

(por favor, não repares, é a minha sombra)

Tento vestir minhas vestes

saborear meu possível

meu flagrante delírio

apalpar minha demência

trafegar a insensatez

...


Qual é, heim?!

(não, não repares, é a minha sombra)

que chora perdida sem mim

e eu sorrio sem ela.


ANDANÇAS II

Voltava das minhas andanças
pela profundez da minha loucura
quando percebi que o ritmo dos meus versos
desafiava minha remota lucidez

Fechei as cortinas
abri os olhos
e fui procurar
o que de genuíno havia
naquele desafio

Por certo desejou expor-me
aos diletos inventores
dos circuitos da consciência

Desconfiada de tal projeto
fechei os olhos
abri as cortinas
e retomei minha caminhada.

Jurema Ribeiro

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sentimentos não imprimo quais

consomem minhas mãos

que conduzem meu grande grito

atordoadamente encontro tua imagem quase apagada em mim

Amar assim parece desamor

insubstituível amor

Manifestos de acumuladas horas

me recordo

quero me deixar em paz.


Jurema Ribeiro

VENDEDOR DE SONHOS

Um som inesperado penetra meu casulo

Sábio descuido atinge demoradamente meu sentido

Por vezes murmura uma voz distante

Por vezes ela se aproxima

Cada vez mais próxima, atravessa minhas paredes

É o vendedor de sonhos berrando sua mercadoria

Procuro localizá-lo

Mas não há como

Parece estar em lugar nenhum

Mas ouço sua gargalhada

Certamente zomba de mim

Que tento atravessar distâncias

Para um sonho retocar.


Jurema Ribeiro

VIAGEM ASTRAL

Mais volitei sobre o espaço

divaguei sobre teu som

conturbei meu rosto

articulei meu sorriso

guarneci meu voo

fui encontrar-te, e a mim



Tua sala não me aguardava

teus sons, sim

surpreendi-me!

Teu sorriso escancarado, surpreendeu-se

Teu olhar inquietado, recebeu-me

e eu, estive aí



Sondei espaços desarticulei as horas

para dizer-te

... ... ... ... ... ... ...

Pois é ...


Jurema Ribeiro

domingo, 12 de junho de 2011

Costumo
fingir
que
durmo
para
acordar
e
te
ver.

Jurema Ribeiro

POEMA

Se tu nasceres agora
serás poema
Dissertarás sobre a imensidão do tudo
nada poderá possuír-te

Tu queres?
Então nasce

Vem sentir o perfume do meu corpo
meu hálito de vodka
minhas mãos movendo-se
como as ondas de um maremoto

Vem
chega até aqui!

Te percebo até sem ver-te
basta-me sentir o teu olfato
teu tato consolida o meu acrobático tempo

Que venhas ter agora
produzir tua poesia
vociferar teu grito

Venhas!

Estou aqui à espreita deste sussurro
que escorre como um dilacerante cortejo
indo contra os torpedos
qu'inda querem troar

Vem, chega-te mais!

Quero agudar meu desejo de não possuir-te mais
possí-me, estou aqui!

Venhas
chega-te aqui, poema!

Minha voz não se altera
nem voz tenho agora

Minhas mãos te acolhem
como a flor, o orvalho
como o Bolero, meu corpo
como...

Atormentes minhas mãos, venhas!
Movimentes meu ser, tenhas!

Sou toda ametista, contenhas-me

Que bom, estás aqui!

Caminhos vagueados
mas o sol virá, e tu, também

Sejas benvinda, dizes a mim
Então,  venhas!

Jurema Ribeiro

sexta-feira, 20 de maio de 2011

ERBILAC: CANTO XIII

Erbilac é o sentido
que agora me surge
na cor que ameruj
não sabe porquê

confronta seu ser
diante do enigma
que o arret não tinha
até outro dia

ele veio trazendo
a língua divina
descendo da nave
chamada osirros

pois veio habitante
da casa dos sohlo
aquela que flui
vem toda beleza
de seres da pura
nascente criança
que vibra a lembrança
de um sonho esgotar
porque ameruj
se diz flor-paixão
de um sopro suave
flagrante no arret

mas erbilac não veio
nem mesmo a lua
trazer cantoria
pra deusa divina
saudar as esquinas
sem ar, correntezas
pra corpos colher
e fazer com que a terra
se volte a tremer.

J Suely

DE: CANTO XII

De, concreto de-deus
sinai fruto-arret
quando a terra lhe cede
um abrigo aceito
feito herança, avesso
às vezes puro e perfeito
menino-criança
dos cabelos ao vento
quando a lua reflete
o seu quarto crescente

veio deus de uma tribo
misturada de traços
na pele o mormaço
permanente do sol
que confere-lhe a cor
natureza em festa

Mas
ameruj veio sêmen do arret
pra aclarar a clareza
destemida dos deuses
a saciar a incerteza
de deus frágil, mundano
que dedica sua luz
as correntes do engano
exalrindo esta deusa
com sua repetida voz
carregada de espanto
quebrando o encanto
das estrela que surgem
no fechar dos olhos
que abertos figuram
a semente-sonata
confundir-se num beijo

Foi quando, de se ausentou
ausentou de ser deus
desabou os tijolos
e o muro ficou
pra fala do alpinista
que precisa romper
os feixes de luz
rumo à claridade

Porque ameruj
fundeia tão fundo
tão fundo fundeia
que não basta ser deus
e com ela cantar
Deve ser concretamente deus
tanto quanto a poesia
para poder alcançar
o infinito do ar
e não alcançar a finita liturgia
do finito enlutado
da tragédia insana
de vedar as passagens
necessárias ao ar
das correntes de ar
sana liberdade
sem sair por aí
kamikasi delírio
harakiri desconcerto.

J Suely

AMERUJEANDO NO ARRET: CANTO XI

Vou partir lá pro arret
embrenhar-me na beleza
daquela fala que explode
quando flui
é magneto
mobilizando perfeito
os desconcertos do peito
quando atrai
e consente o medo
mas distrai
e o impulso é feito
amerujeando, eu reconheço
as partículas de meu corpo
num conduto
grande sopro
pr'eu sentir
devo partir

(meu agora, meu aqui)

E assim compreenderei
porque um dia ameruj
quis vir habitar nesta Terra
dizendo-me que o arret
é raiz fundamental
de toda descoberta
preparação da seta
construção de toda era
embrionária da Terra

Vou partir lá pro arret
sem falar que sou da Terra
nada disso encerra
quando eles já sabem
qual é minha constelação

Vou-me embora
e não volto mais

Digo-te ameruj
daquela terra
não sou mais

Quero viver teu arret
desfrutar desta sentença
que é tecer
minhas próprias redes
onde eu mate
toda sede
dum confronto-liberdade

Recai sobre mim
a coragem
de retomar o embate
com os olhos de resgate
com olhos que possam ver
quando eu volto a mirar

Lindo fruto-ameruj
estou chegando no arret.

J Suely

UMA NAVE CHAMADA FORTALEZA: CANTO X

... e o silêncio
doía-me os ouvidos
quand'eu rastreava
buscando ma fresta
em paredes cerradas
até quase mortas
abria-se a porta
o ser-ameruj
que vem tão exposta
falando da voz
multípara voz
do espaço vital
composto do sol
e ser deste sol
que curva-se sempre
ao espaço mais quente
composto da lua
o ser desta lua

e em caminho buscando
é quando ameruj
dispõe-me um segredo
de linda morada
habitada por deuses
chamada de nave
a nave do templo
o templo arret

e vi ameruj
encontrar seu wãw
que num instante foi presa
do que aprisiona
um tal simples homem
que consente guiar-se
por bio-conceitos
wm torno dos quais
anula a beleza
do ser-puro-homem

é quando ameruj
no pojar da voz
constrói sua gênese
em versos tonantes
que dizem somente
que o ser de nós homens
é todo uma troca
de corpos eretos
em passos não retos

e em nave tão bela
nasce a tela do grito
perfeito infinito
eu pude mirar
e embeber-me do gosto
que o mar em meu corpo
o batismo surgiu
na trocada beleza
a liberdade é a sina
que então, lá culmina
lá na fortaleza

foi assim que eu vi
que o fundamental
não é o fato em si
mas a ousadia da troca
que a gente transporta.

J Suely

ECLÍPTICUS: CANTO IX

E vem lá do arret
a viagem mais bela
que o ser já rumou
quando a terra e o sol
consolidam com a lua
um grande pacto de amor

E, do arret, ameruj
escuta um chamado
que vem de issacar
onde habita wãw
a loucura que brilha
e contrasta com a vida
que suprime a emoção

E é sob o equador que
de ameruj e wãw
flui todo ritual
que prepara a visão
para a tri dimensão
quando evocam do arret
grande luz-energia
que provoque a parida
pulsação que converge
ao refletir da linguagem
que o trieto detona

Abre-se um parêntese

(nebulosas ensaiam
suprimir grande espetéculo
com a ingênua vaidade
de que suas passagens
cobrirão o espaço)

Fechado o parêntese
abre-se a clareira

Ora, deuses são deuses

Quem violaria este traço?

Só os deuses ousaram
sobre uma esteira afinada
sobrevoaram as nuvens
violaram o espaço
e tocaram seus corpo
no corpo da lua
que os acolheu tão lua
ela mesma, a lua

Captada a energia
na Terra acolhida
ameruj e wãw
consomem o tempo
o acme...! o acme...!
vem do fruto desejo
de um momento do inteiro
do corpo inteiro
em eclípticua corpos.

J Suely

UM VER AMERUJ: CANTO VIII

Ameruj é o portal
de um eu que transmuta
numa busca aguda
(talvez liberdade)
Ela capta o suspiro
do humano silêncio
onde a fala não esgota
a impureza do idêntico
aquele resquício
que já petrifica
um caminho
uma ida
... e eu corro pra vida
como alguém que suplica
uma tal de verdade
difícil passagem
para a liberdade
quando há seres
que esgotam
o sentido da fala
formando no ontem
um imutável conceito
...
eu não sou o aceito
e ameruj é sujeito
da semente respeito

Ela fala-me sempre
para que eu atente
aos deslizes do exato
pois este é o contrato
que ruma nas trilhas
duma palavra morta
que perde o sentido
porque simplifica
a visão no avistar

Ela disse-me um dia
que o ver amplifica
toda forma de vida
e que os olhos contém
o agudo das luzes
onde tudo faz ver
basta conceder
Mas há "flóridas" gentes
que deprimem o estar vendo
quando querem somente
dizer que há gente
que só vive na terra
e não veem que o arret
é uma busca constante
da ousadia mutante
que não limita o ser
afirmando o outro
quando rotula um eu
postulando um teu
Ameruj libera
os recursos da fala
da visão que declara
um olhar que sustente
toda força energia
que é troca
é vida
(eu vou)
sou ida.

J Suely

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CHANUKA: CANTO VII

Mil luzes brilham no arret
a cada chanukiah
afeta um sorriso
que se prolifera
agora na era
da festa das luzes
porque ameruj
encontra o sentido
da emoção refletida
que nasce da história
de um ser que migrou
da tribo issacar
aquela que traz
a sintonia perfeita
quando o fruto alimento
é flor natureza
E o arret
que é terra
onde a terra
é arret
é todo alimento
o que simboliza
todo nascimento
o próprio seguimento
que se diviniza
quando a deusa latina
encontra um wãw
que se constitui
de um fôlego alado
o sentido revelado
da energia cósmica
deveras ardente
quando em matéria
os deuses saboreiam-se
da troca que toca
até o pensamento
que induz em seus corpos
o sabor supremo
sensação de alimento.


CHANUKA: "Festa das luzes"
CHANUKIAH: Castiçal de nove velas usado no CHANUKA
WÃW: "Gancho" (letra do alfabeto hebraico)
ISSACAR: Tribo hebraica

TERRAFICANDO: CANTO VI

Sedenta
vem so arret
aquela deusa frenética
que faz agudo o brilho
das raízes do olhar
quando nutre-se da seiva
que destila-se da flor
no desabrochar do corpo

Ela-vem-mais-que-divina
neutralizando o efeito
de frágeis ervas daninhas
de certas plantas carnívoras
que negam a clarividência
que somos transcendência
pois as notícias correm
como os raios de um dia de luz

Nefasta, ela seduz

Faz amor com o sol do dia
e a lua lhe deflora a noite

E o mortal?

Ela desativa
pseudas segundas intenções
que possam falsear a emoção
de segredos muito loucos
que contém olhos soltos
quando traçando linhas
esculpe monumentos
usando como instrumento
os raios gelatinosos
da profundeza ocular

Foi do arret
que brotou
toda purificação
da magia acumulante
desta deusa mutante

Hoje ela
é pura fonte
da corporificação
que abre as cortinas de ferro
ao crepúsculo térreo
para converter o efeito estufa
em espaço alternativo
onde irradia o calor
quando o fruto é o amor

Foi do fluxo magnético
que ameruj voltou.

GENTE DO ARRET: CANTO V

Entrei numa caverna sem eco
buscando os deuses terrestres
mas eles de mim se exilaram

Nem mesmo ameruj
quer falar-me do arret

daquela gente que ilumina
a luta da liberdade
               verdade
daquela gente que ama
quando o fundo é o acme
                               fome
daquela gente que rompe
todo muro que é vergonha
                               sonha
daquela gente que grita
contra a puta bomba atômica
                                 crônica
daquela gente que vibra
quando é vivo um chão de grama
                                            ama
daquela gente que mata
um operário aflito
                    grito
daquela gente que mira
com os olhos de luz
                     seduz
daquela gente bonita
que faz viver a vida
                         ida
daquela gente que habita
o flagelo da fome
           sem nome
daquela gente que come
o que manda a burguesia
                                azia
daquela gente abstrata
que só quer viver o nada
                     mascarada
daquela gente lerda
                         ...
merda

Volte logo ameruj
um grupo imortal me consome
                            tenho fome.

ALERTSE DO ARRET: CANTO IV

Eu busco incontinente
por uma deusa latina
que provoque em minha mira
o caminho até o zen
e supere o degredo pantanoso
que me envolve

Esta deusa é ameruj
que rompe todos os verbos
só contidos na linguagem arret

Eu tenho ido ao nascente
e ameruj não responde
Quem sabe no poente
brotará um sorriso caliente?!

Quem encontrar esta deusa
diga-lhe que eu preciso
ouvir seu canto latino
para decifrar o enigma
que se fez corruptela
contida em minha matéria

É vital que ameruj
volte habitar nesta terra
para que eu possa
ultrapassar esta era
dos deuses acorrentados
que consomem as energias
e fragilizam meus olhos
que fundamentam toda troca
quando meu ser é bem dizente.

VEM DO ARRET: CANTO III

Se defines ameruj
ocultas toda a Terra
e impões diametrais limites
que sua lucidez desconhece
e certamente crias vagas sombras
ininteligíveis ante o original
que brota lá do arret
alimentando-se cá da Terra
numa troca encantadora
com todo complexo ser
também contido na era de ameruj e xelá

... mas ameruj quando permitia
significantes vindas
de um xelá em sua vida
crescia a malva
e a veia ardia
quando nem tudo continha

(e xelá?)
foi ousadia
no termo hidratar do néctar
que materializou a deusa
de seu pseudo exílio
quando profetizou a retórica
do "tudo por amor"

sim, o corpo evoca
por conter a emoção
e provoca a explosão
de uns ditos e não ditos
que contém todos os ritos
de instantes só descritos
porque desafia os mitos
que segregam a vontade
demasiadamente doce dos deuses
ante a volúpia de amar

(se defines ameruj...)

então cuida por não definí-la
se os deuses te ouvirem...
temo por tua sorte.

AMERUJ: CANTO II

Ameruj
é mulher
como deusa fez da terra
sua morada estelar

Ameruj
seria deusa
quando negou-se sonhar?

Racional como o terrestre
quis possuir o amor
e então, sentiu dor

Ameruj
só sentia o que o olhar escondia
como as nuvens que encobrem
a expressão do luar
quando deseja esboçar
o espetáculo lunar

Mas ameruj entoou
a mais linda melodia
descoberta que fazia
e o mortal já sabia
até que o sol é luz vadia
que contempla corpos nus
quando a noite é outra luz

... e ameruj chorou

Ameruj e Xelá
foi o verbo sem incógnita
da patética enclausura
que se fez abertura
e cosmoficou o amor
como símbolo de protesto
que ameruj presenciou.

XELÁ: CANTO I

Xelá
é o sorriso-canto
que confessa aura azul
cintilando o caminho
que o poeta desenhou

Xelá
é o olhar que aciona
a busca de um sentido
quando se desvela o brilho
da magia conflitante
daquilo que aprisiona
o desejo do querer

Xelá
é o impulso predicativo
que libera a decisão
de consentir ao corpo
o movimento flexivo
para ir tentar o dito
da linguagem sem delito
quando até um só suspiro
levanta todo o pó que cobria o latejo

Xelá! Xelá! Xelá!
é a gota adrenalina
que rompe aquela sina
de uma deusa latina
...
que sonha ser divina
quando o amor
torná-la
ameruj-mulher.

TATUAGEM

Aquele fruto
flor, teu corpo
energizou toda minha flora
quando brota em nossas peles
tatuadas de bocas
coloridos já gritantes

Temos que chocar o mundo
quando partimos do fundo
um princípio não primeiro

...
mas quem quer o meio?
talvez sejamos o entremeio
quando tocamos estrelas
e somos uma delas

Num mergulho alucinante
fomos quase mortais

mas nosso mar foi o oceano
que não deixa desaguar
as ondas que mareamos
quando viajamos curvas
                           retilíneas
                           côncavas
                           convexas
Flutuávamos no bailado
que só o corpo conduz
só havia luz
na negritude  de peles
que atordoaram a noite
que queria nos ensinar
...?
Talvez ela não seja o mar
...
e o meu corpo te alucinar
no teu corpo tão lunar.

'stá a libélula
partindo em cortejo
num voo rasante
sob o equador

quando
então sente
seu corpo
dizente
falar da linguagem
qu'é luz perfeição

quando lemniscata
constrói movimentos
que se pronunciam
como o alfabeto coloquial

e o corpo suado
sentia o apelo
para a liberdade
que foi latitude
quando dilatado
saudava a lua
que cheia estava
vestida de nuvens
tecido cinzento

e o corpo cósmico
é todo nudez
que, pura se instala
como o colostro
de mulher parida

é toda emoção
a cosmovisão
nos olhos que brilham
e fazem da noite
uma luz corporal
que vem e declara
os mais belos sorrisos
que articulados
possuem o signo
que vem e retrata
os seres da massa
que é toda volúpia
potência que habita
e eletrifica
a tempestade química
também magnética
no templo qu'é o corpo

e é justamente
o nu que invade
e diz a verdade
que não tem conceito
porque o momento
destrói todo mito
do caos preconceito

mas eternamete
o corpo é tom
que rompe o pudor
quando é art nouveau.

Uma linda conversa em 08/09 de maio de 2011-Eu e Hebber

oi gostozinho
q fazes?

Hebber Kennady diz (22:03)oi linda
tava estudando
e vc?

Suely Cidrão diz (22:03)estava namorando
Suely Cidrão diz (22:04)agora vou alimentar meu blog
Hebber Kennady diz (22:04)humm
me manda o endereço

Hebber Kennady diz (22:05)pra eu colocar aki nos favoritos
Suely Cidrão diz (22:05)jsuely.blogspot.com
Suely Cidrão diz (22:06)chama-se Abrigo Poético
Hebber Kennady diz (22:06)humm
Suely Cidrão diz (22:07)vi teu comentario em uma poesia minha no orkut
vou postá-la no blog

Hebber Kennady diz (22:07)ótimo..
adoro suas poesias

Suely Cidrão diz (22:08)obrigada querido amigo
Suely Cidrão diz (22:09)Hebber como posso fazer parte do twiter?
Hebber Kennady diz (22:10)vc pode se inscrever
www.twitter.com
tem opção em portugues
só em english

Suely Cidrão diz (22:11)ah, obrigada
quero fazer parte

Hebber Kennady diz (22:12)http://twitter.com/#!/hkennady
Suely Cidrão diz (22:12)hum, muito bom!
Suely Cidrão diz (22:14)to entrando agora
Hebber Kennady diz (22:14)ok
Suely Cidrão diz (22:14)na sua id
Hebber Kennady diz (22:14)?
Suely Cidrão diz (22:15)o ultimo endereço q mandaste
Hebber Kennady diz (22:15)sim
meu endereço

Suely Cidrão diz (22:16)falei id por força do habito
Hebber Kennady diz (22:17)hehehhe
ah sim

Suely Cidrão diz (22:18)ainda nao estou tao habituada c a net
sou do seculo passado

Hebber Kennady diz (22:19)eu tbm sou do século passado
rs

Suely Cidrão diz (22:20)mas com uma juventude mais esperta
mais viva
coerente
aprendiz

Hebber Kennady diz (22:20)sou um velho jurema
mal saio de casa

Suely Cidrão diz (22:20)cale-se
Suely Cidrão diz (22:21)mal sabes o que dizes
Hebber Kennady diz (22:21)rsss
tá bom entaum
Suely Cidrão diz (22:21)vc e um jovem com uma sabedoria tao doce

Hebber Kennady diz (22:22)hhehee
Suely Cidrão diz (22:23)nao importe-se por eu ler O Príncipe de Maquiavel!?
Hebber Kennady diz (22:25)claro q
Suely Cidrão diz (22:26)entao, so pra vc
NETUNO
Por ora preciso

Suely Cidrão diz (22:27)dizer que me somas
aclaras meus olhos
e sons matutinos
os verdes me trazes
azuis são meus dia

Suely Cidrão diz (22:28)chegando nas fartas
canções de netuno
que baila
que gira
...
e giras, e giras
passando por mim

Suely Cidrão diz (22:29)Até quando dizes
não saber de mim
assim te preciso

Suely Cidrão diz (22:30)pr'eu me responder
Assim quando sei
que me desconheces
não abalas meu ser

Suely Cidrão diz (22:31)que assim se aquece
a menor contração
de teus puros lábios

Hebber Kennady diz (22:32)esta contração
Suely Cidrão diz (22:32)que vêm, me afagam
Suely Cidrão diz (22:33)feito o vento macio
nas noites de lua
Por ora sabemos
que somos o mar
que entorna na areia

Suely Cidrão diz (22:34)seus frutos de amor.
Hebber Kennady diz (22:34)lindo jurema
Hebber Kennady diz (22:35)fico impressionado com o teu talento com as palavras
Suely Cidrão diz (22:35)obrigada amigo
Hebber Kennady diz (22:35)sinto-me tocado por alguns
em alguns versos

Hebber Kennady diz (22:36)daí, o brilhantismo de vossos poemas
estou a ler seu blog agora

Suely Cidrão diz (22:36)essa e a maravilha do poema: conduzir alguns versos
Suely Cidrão diz (22:37)quero te mostrar algo agora meio que "singelo", posso?
quase ingênuo

Hebber Kennady diz (22:38)sim
por favor

Suely Cidrão diz (22:38)TUK, TUK...CORAÇÃO
Vou te falar outra vez

Suely Cidrão diz (22:39)das coisas do meu coração
sem a prosáica do discurso incompleto
no daltonismo que te trai

Suely Cidrão diz (22:40)e desafia a atmosfera
no encontro eu-tu
sem nos despirmos da audácia
de poder mirar estrelas
na execução de danças raras

Suely Cidrão diz (22:41)que comovem corpo e alma
sem o anacronismo que projeta
e falseia o percurso da artéria

Suely Cidrão diz (22:42)hostilizando os impulsos mais puros
Suely Cidrão diz (22:43)das tempestades químicas
que tumultuam o corpo
Tu queres saber o que diz
o meu coração em atrito?

Suely Cidrão diz (22:44)- Tuk!
(vejo o sol, lua e estrelas)
-Tuk!
(enfurecem minhas veias)
Tuk!

Suely Cidrão diz (22:45)(os meus poros sentenciam
e liquidificam a pele)
Vou te falar outra vez

Hebber Kennady diz (22:45)..
Suely Cidrão diz (22:45)agora tirando os Sem
Suely Cidrão diz (22:46)das coisas do meu coração
abordando o que conduz
o músculo que sanfoneia
a balada destoada

Suely Cidrão diz (22:47)do monólogo autêntico
quando não encontra o teu canto
e palavreia somente
a linguagem aorteana

Suely Cidrão diz (22:48)quando está obstruída
Tu queres saber o que diz
o teu coração ao meu?
- Tuk!
(...)

Hebber Kennady diz (22:48)..
Suely Cidrão diz (22:49)ainda é um espaço pontilhado.
Hebber Kennady diz (22:49) 
deixará assim?

Suely Cidrão diz (22:49)este é o poema
Suely Cidrão diz (22:50)foi feito nos anos oitenta
Suely Cidrão diz (22:51)é um contexto
dependendo da vida
pode ser atualizado

Hebber Kennady diz (22:52)sim
fizestes em Belém
?

Suely Cidrão diz (22:52)sim
o poeta vive... momentos

Suely Cidrão diz (22:53)Diz Bachelar
Suely Cidrão diz (22:54)que a imagem poética é um súbito realce
do psiquismo, relace mal estudado em causalidades

Suely Cidrão diz (22:55)psicológicas subalternas.
Diz

Suely Cidrão diz (22:56)que é necessário estar presente, presente à imagem no minuto da imagem.
Suely Cidrão diz (22:57)ah, amigo estou plena de felicidade
gosto de estar com vc agora

Suely Cidrão diz (22:58)Sabe, querido amigo
Hebber Kennady diz (22:58)eu tbm
gosto de tc contigo
ainda bem que resolvemos o problema da net

Hebber Kennady diz (22:59) caio com tanta frequencia
diz

Suely Cidrão diz (22:59)amo Bachelar
ele mais que ninguem entende verdadeiramente os poetas

Suely Cidrão diz (23:00)
Ele diz algo tão fantástico
Hebber Kennady diz (23:00)um poeta realmente francês
Suely Cidrão diz (23:00)A imagem poética não está sujeita
a um impulso.

Suely Cidrão diz (23:01)Não é o eco de um passado longinquo
Suely Cidrão diz (23:02)ressoa de ecos e já não vemos em que prufundezas
esses ecos vão repercutir e morrer.

Suely Cidrão diz (23:03)entendes?
Hebber Kennady diz (23:05)sim..
mas, num entendo pq vemos
pq jah se foi?
Suely Cidrão diz (23:05)pq gostamos de nos perder

Suely Cidrão diz (23:06)em angústias materias
Hebber Kennady diz (23:06)hummm
entendi

Suely Cidrão diz (23:07)André Breton torna isso claro
diz
O armário está cheio de roupa

Suely Cidrão diz (23:08)Há até raios de luz, que posso desdobrar.
Hebber Kennady diz (23:08)cheio de roupa limpa
rs

Suely Cidrão diz (23:09)ah, cara, vc entendeu
perfeito
entende Bachelar?

Hebber Kennady diz (23:10)mto poco
só q foi um poeta e filósofo frances
q deu contribuição ao pensamento científico

Suely Cidrão diz (23:10)sim vc entende
Suely Cidrão diz (23:11)acaba de decifrar um enigma poético
Suely Cidrão diz (23:12)Jules Superville escreveu:
Procuro em cofres que me cercam brutalmente

Suely Cidrão diz (23:13)Pondo trevas de pernas para o ar
Em caixas profundas, profundas

Suely Cidrão diz (23:14)Como se já não fossem deste mundo.
Hebber Kennady diz (23:14)viagem boa
Suely Cidrão diz (23:16)pois é
aquela epoca ja existia o opio

Suely Cidrão diz (23:17)ele é contemporaneo de Baudelaire
Hebber Kennady diz (23:23)baudelarie
baudalaire
eu conheço

Suely Cidrão diz (23:24)pois conhecendo, conhece o que falo e escrevo
Suely Cidrão diz (23:25)ah, vc entende
Hebber Kennady diz (23:26)Que é o amor?
A necessidade de sair de si.
O homem é um animal adorador
Adorar é sacrificar-se e prostituir-se
Assim, todo amor é prostituição.

Suely Cidrão diz (23:26)não sou capaz de significar assim tanto
Suely Cidrão diz (23:27)diria que signos se revelam
na conformidade do cotidiano
da visão

Suely Cidrão diz (23:28)quase fisíco-biológica de ser
prostituição é algo relativo ao capitalismo
muito material à poesia

Suely Cidrão diz (23:30)mesmo q te perturbe a ideia material do físico bilológico
mesmo assim

Suely Cidrão diz (23:31)evito esta materialização material e capitalista
entende?

Hebber Kennady diz (23:31)baudelaire ao escrever este poema
Hebber Kennady diz (23:32)devia estar embriagado
como tantos outros poetas franceses
decepcionado com a materialidade do amor
e suas consequencias do ser amar

Suely Cidrão diz (23:32)não, por favor , não atormente-se pelo estado do poeta
Suely Cidrão diz (23:33)pelas consequencias da relaçao amo
o amor
transcende qualquer embriaguez

Suely Cidrão diz (23:34)não é o estado do poeta que dita a natureza
nem a essencia da palavra poetica

Suely Cidrão diz (23:35)é um estado de ser
no sentido heideggeriano
ou sartreriano

Suely Cidrão diz (23:36)como preferires
o sentido existencial, que seja

Suely Cidrão diz (23:37)estas machucado
julgas por conta da dor

Suely Cidrão diz (23:38)Carlos Drummond de Andrade
em Especulações em Torno da Palavra Homem, disse

Hebber Kennady diz (23:38)sim
mas, há de convir de q o estado do poeta

Hebber Kennady diz (23:39)influencia na sua produção
Suely Cidrão diz (23:39)Mas que coisa é o homem,
que há sob o nome:
uma geografia?

Suely Cidrão diz (23:40)
um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que o desmonte?
Como pode o homem
sentir-se assim mesmo

Suely Cidrão diz (23:41)quando o mundo some?
será q pude reponder sua indagação?

Suely Cidrão diz (23:42)é claro amigo q o estado responde a poesia
mas este estado difere
de estados configurados neste espaço

Suely Cidrão diz (23:43)concreto e capitalista
Hebber Kennady diz (23:43)concreto e capitalista
q nos atrapalha mto

Suely Cidrão diz (23:43)mas onde o poeta descongestiona
Suely Cidrão diz (23:44)é como uma grande metropole
um transito infernal
a poesia
impresiona e desobstrui esta neurose

Suely Cidrão diz (23:45)talvez por causa do estado do poeta
Suely Cidrão diz (23:46)não é nada igual a viajar sobre nuvens, entende?
Hebber Kennady diz (23:47)sim..
o estado do poeta
q me comove

Suely Cidrão diz (23:48)é aqui, com base no anteriormente exposto
Hebber Kennady diz (23:48)me faz sentir a poesia
Suely Cidrão diz (23:50)é avaliar o alcance da redução e estabelecer a posição do estar aqui, que ocupa um nível filosófico distinto dos conceitos vizinhos de consciencia e homem
Suely Cidrão diz (23:51)nossa eu nunca falei de poesia assim
obrigada
quero salvar esta conversa e postar no meu meu blog
vc permite?

Hebber Kennady diz (23:52)sim..
pode
querida amiga
o tempo urge..infelizmente
tenho q dormir..

Suely Cidrão diz (23:52)senti
Hebber Kennady diz (23:52)queria nao padecer de sono
Hebber Kennady diz (23:53)mas, este mundo capitalista
me faz correr atrás das coisas materiais

Suely Cidrão diz (23:53)é onde vivemos
Hebber Kennady diz (23:53)mas, fica o meu agrado
pelo momento q tivemos
bjoooooooo

Suely Cidrão diz (23:53)grandiosos beijos
e um grande obrigada

Hebber Kennady diz (23:54) Hebber Kennady diz (23:55)bjosss
conversaremos mais depois