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Belém, Parauapebas, Pará, Brazil
Uma vida poética.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aaaaaaaaaaa!




Alegrai-vos indóceis normais
É chegada a hora
de convocar meu absurdo
Lhes fartarei de meu sorriso
Lhes mostrarei meu submundo
Meu crime passional
quando fico ativando
meu fantasma normal

Ouçam, eles se aproximam
Nos pés trazem o galope
de noturnos lindos dias

Voam subterrâneos da terra
Mergulham longas flores
E depositam suas cabeças
Sobre grande caixa aberta
Tão sutilmente chamada de corpo

Festejai, sou grande festa!

Convocai seus sacerdotes
Despojai vossas cobertas
Mas não digais em conversa
Que vossa loucura é confessa
Pois as pistas levarão
Os normais a descoberta
Não do fato diferente
Mas do fato indiferente:
A loucura dos normais

Aaaaaaaaaaa!

Jurema Ribeiro

quarta-feira, 13 de julho de 2011

SEM SOMBRA DE DÚVIDA



Chega pra !

(não repares, é a minha sombra)

É tão inoportuna quanto eu sozinha

Tento investir na instabilidade do eu

e ela ali, permanece


Cara, procura a tua!

(por favor, não repares, é a minha sombra)

Tento vestir minhas vestes

saborear meu possível

meu flagrante delírio

apalpar minha demência

trafegar a insensatez

...


Qual é, heim?!

(não, não repares, é a minha sombra)

que chora perdida sem mim

e eu sorrio sem ela.


ANDANÇAS II

Voltava das minhas andanças
pela profundez da minha loucura
quando percebi que o ritmo dos meus versos
desafiava minha remota lucidez

Fechei as cortinas
abri os olhos
e fui procurar
o que de genuíno havia
naquele desafio

Por certo desejou expor-me
aos diletos inventores
dos circuitos da consciência

Desconfiada de tal projeto
fechei os olhos
abri as cortinas
e retomei minha caminhada.

Jurema Ribeiro

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sentimentos não imprimo quais

consomem minhas mãos

que conduzem meu grande grito

atordoadamente encontro tua imagem quase apagada em mim

Amar assim parece desamor

insubstituível amor

Manifestos de acumuladas horas

me recordo

quero me deixar em paz.


Jurema Ribeiro

VENDEDOR DE SONHOS

Um som inesperado penetra meu casulo

Sábio descuido atinge demoradamente meu sentido

Por vezes murmura uma voz distante

Por vezes ela se aproxima

Cada vez mais próxima, atravessa minhas paredes

É o vendedor de sonhos berrando sua mercadoria

Procuro localizá-lo

Mas não há como

Parece estar em lugar nenhum

Mas ouço sua gargalhada

Certamente zomba de mim

Que tento atravessar distâncias

Para um sonho retocar.


Jurema Ribeiro

VIAGEM ASTRAL

Mais volitei sobre o espaço

divaguei sobre teu som

conturbei meu rosto

articulei meu sorriso

guarneci meu voo

fui encontrar-te, e a mim



Tua sala não me aguardava

teus sons, sim

surpreendi-me!

Teu sorriso escancarado, surpreendeu-se

Teu olhar inquietado, recebeu-me

e eu, estive aí



Sondei espaços desarticulei as horas

para dizer-te

... ... ... ... ... ... ...

Pois é ...


Jurema Ribeiro