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Uma vida poética.

sábado, 20 de agosto de 2011

TAPETE (MÁGICO) COLISEU DE TOUROS



Ab serenu estava
disposto em ângulo exato
combinando a extensão
que pronuncia o rastro
de sus mobilidade
vista de todos os pontos
quando nos abdicamos
da visão estagnada

Ab initio parecia
chamar-nos ao aconchego
de seus fios em desalíneo
convidando-nos a aquecer
o ambiente em energia
fruto, todo vitamina
das gargalhadas surgia

Ab hoc et ab hac conduzia
um a um para sua companhia
acolhendo corpo a corpo
em sua estufa-alegria

Ab aeterno atraia
aquela sensação
de que nos conhecia
e que, há muito já havia
programado nossa ida
àquele lugar discreto
onde sua exuberância é ativa

Ab ovo conduzia
toda força atrativa
dum poder que enfeitiça
todo aquele que mira
sua partícula alfa
que nos faz dimensionar
a cada golpe de olhar

Ab imo pectore partia
toda nossa emoção
que assim se produzia
pela troca deslumbrante
entre nós e a tecelagem

Ab absurdo expelia
na noite toda sua habilidade
em concentrar a vigília
no templo que o configura
como o próprio altar-mor

Ab loucado ficou
quando o deixamos só
pois a presença é-lhe estímulo
como condição do culto
que culmina no conduto
de contatos imediatos

Ab irato nos recebia
quando retornávamos da orgia
para delirarmos em sua inocência
e sermos um par de corpos
em plena efervecência
sobre o altar sem flor
conduzir o amor
que foi a palavra forte do dia
quando vibrantes
suávamos tanto
e gotas tocavam o manto
que sem sede
e irado
investia contr'um corpo
que então, não percebia
havia contrariado
aquele gesto formal
do pedido de licença

Ab intestato
ele então, nos cobria
e em sono profundo
um corpo não sentia
que aquele mágico tapete
lhe havia açoitado
em pleno acmérico momento-delírio
quando profanamos um belo quadrado mágico
que foi sendo transformado
num coliseu de touros
quando rolando, trocávamos amor
sobre o tapete sedutor
fonte do ab calore.

Jurema Ribeiro

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