Os estados de consciência do poeta
são extremamente ruidosos
Ou será que são ruidosos
o poeta e a consciência de seus estados?
O que grita o poeta são seus gritos
ou o ruído do poeta são seus gritos?
Saber-se-á o que o poeta pensa
além do seu ser?
Esquinas em ruínas
provavelmente o poeta vê
Crescentemente aturdido pelo por quê
O poeta inaugura suas travessuras
pelo ritmo de seu fôlego destoado
no momento que investiga
a autenticidade de sua voz
tão audível ao seu eu
mas incertamente confessa a sua presença
Gentilmente as palavras soam
como que buscando instituir um credo: a presença
Talvez presentificar detalhes previsíveis
nalgum confronto do ser
certamente um ser da aprendizagem
que não discute temas agendados
O poeta não realizaria tal sistemática visão
Antes do instalado, o poeta está
Convenhamos!
É preciso se antecipar aos fatos
Por isso a poesia se instala
sem fatos ou acasos
Persistirá o ser
o ser da ultrapassagem
o andarilho das trevas e da luz
Talvez sejamos abruptamente configurados
como a apreensão do visível
Mas o visível, quem não o vê?!
Confiscar a visão sesível é a grande ruína
Sentenciar sobre o homem, também
Já nasceu a nova era
por isso acrise instalada
Por motivos aquarianos
do caos virá a liberdade
Sejamos aprendizes!
Certamente renasceremos do pó
que os olhos hão de comer.
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