Abasteço-me do imponderável
exercício do viver caótico e molestante
que ignorado cotidiano produz
Confesso-me pronunciando
palavras como enigmas sem eco
robóticos passeando por sobre minhas falas
Pertenço-me sem pertencer
transitando como que por sobre ruínas
do que falta construir
Pacifico-me na impaciência destemida
da lixeira produzida por falácias comunicadas
e praticadas nas alcovas ritualizadas do poder
Ritualizo-me dia-pós-dia
competindo com incestuosos filósofos de botequim
que percorrem visivelmente contentes as misérias da vida
Crio em meu laboratório uma poderosa bomba
para reagir ao caos de avarentos senhores
feito aqueles esquizóides construídos num minúsculo
ambiente nipônico.
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