Quem sou eu

Minha foto
Belém, Parauapebas, Pará, Brazil
Uma vida poética.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ACME-DEI

ACME-DEI


Te foste como quem não chegara

Mas como que por magia

descobriste meus seios

alimentaste tua sede

passeaste por sobre meu corpo

(e eu por sobre o teu)


Roubaste meu segredo banal

o da fêmea em delírio total


Caminhaste no céu da minha boca

como Gagarin ao avistar a lua

(e eu também)


Nossas peles deslizavam maciamente

sem cobertores ásperos a divisar

apalpável sonata que destilava

em gotas produzidas nos poros

o perfume da pele


Rastreavas as ondulações maleáveis

da aldeia do meu corpo

que não polpava energias

para jogar-se às marés lançantes


Mas depois do delírio

pousaste no sentido mais ordinário do ser

àquele que interroga a liberdade

quando desconhece que é livre

pairando a dúvida sobre o “ser ou não ser”


Que pena!

Te contaminaste do vírus da velha era

quebraste o entardecer

e noites que amanheciam sem rigidez


Agora, meu bem

descobrirei certamente

novos riscos pra minha liberdade

e redescobrirei ousadamente

um outro ritmo

pro meu corpo em caminhada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário