ACME-DEI
Te foste como quem não chegara
Mas como que por magia
descobriste meus seios
alimentaste tua sede
passeaste por sobre meu corpo
(e eu por sobre o teu)
Roubaste meu segredo banal
o da fêmea em delírio total
Caminhaste no céu da minha boca
como Gagarin ao avistar a lua
(e eu também)
Nossas peles deslizavam maciamente
sem cobertores ásperos a divisar
apalpável sonata que destilava
em gotas produzidas nos poros
o perfume da pele
Rastreavas as ondulações já maleáveis
da aldeia do meu corpo
que não polpava energias
para jogar-se às marés lançantes
Mas depois do delírio
pousaste no sentido mais ordinário do ser
àquele que interroga a liberdade
quando desconhece que é livre
pairando a dúvida sobre o “ser ou não ser”
Que pena!
Te contaminaste do vírus da velha era
quebraste o entardecer
e noites que amanheciam sem rigidez
Agora, meu bem
descobrirei certamente
novos riscos pra minha liberdade
e redescobrirei ousadamente
um outro ritmo
pro meu corpo em caminhada.
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